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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Daesh. Ramadi já caiu e os curdos aproximam-se de Raqqa


A coligação mudou de tática e em poucos meses o Estado Islâmico perdeu duas cidades no Iraque.

Depois de dois meses de combates a cidade de Ramadi foi ontem oficialmente dada como conquistada. A ofensiva do exército iraquiano começou no início de novembro e na manhã de segunda-feira as forças do país hastearam a bandeira iraquiana no complexo governamental central da cidade.

O brigadeiro general Ahmed al-Belawi adiantou à Associated Press que os combatentes do Estado Islâmico que ainda estavam dentro do complexo deixaram de disparar cerca das 8h00 da manhã de ontem: “Pensamos que ou foram mortos em combate ou fugiram”, disse.

O complexo começou por ser cercado pelas forças iraquianas antiterrorismo – que aliás já no domingo reclamavam o triunfo –, acompanhados de forças policiais, apoiadas por ataques aéreos da aviação norte-americana e por elementos das tribos sunitas.

Yahya Rasool, outro militar iraquiano da mesma patente, anunciou na televisão que a cidade tinha sido “arrancada às garras” do EI, tendo sido “completamente libertada”. Imagens divulgadas pela televisão estatal iraquiana mostravam uma cidade destruída e soldados a festejar a vitória, disparando tiros para o ar e degolando carneiros.

A conquista foi também celebrada pelos norte-americanos. Ao “New York Times”, o porta-voz das forças militares dos EUA no Iraque, Steven Warren, considerou que “a libertação do complexo governamental é um feito importante e o resultado de muitos meses de trabalho árduo levado a cabo pelo exército iraquiano, pelas brigadas de contraterrorismo, pela Força Aérea iraquiana, pela polícia local e federal, e pelos combatentes tribais”. Um “sucesso que constitui um momento de orgulho para o Iraque”.

Apesar do otimismo generalizado, o chefe das operações militares na província, o general Ismail al-Mahlawi, reconheceu à AP a existência de bolsas de resistência dos extremistas do Estado Islâmico em cerca de 30 por cento da cidade. Num tom mais moderado, tal como tinha acontecido no dia anterior, defendeu que, por isso, “não se pode dizer que Ramadi esteja completamente libertada”.

Milhares de pessoas têm sido afetadas pelos conflitos na província de Anbar, palco de violentos conflitos desde a ocupação do Iraque pelos EUA em 2003. Com o Estado Islâmico, aos mortos e feridos pelo conflito, juntou-se o uso da população como escudos humanos.

Mudança de tática Na semana passada a BBC publicou um trabalho que ajuda a explicar o recente sucesso das forças armadas locais na recuperação de de importantes cidades. Ramadi – que tinha sido perdida em maio para EI – é uma das mais significativas, junto com Tikrit, a norte, reconquistada no final de março.

Em novembro, tinha sido o exército curdo, os peshmerga, também apoiados pela Força Aérea norte-americana, a recuperar Sinjar: cidade berço dos yazidis, comunidade étnico-religiosa barbaramente perseguida pelo EI que os considera ‘adoradores do diabo’ e capturou a cidade no verão de 2014, provocando uma grave crise humanitária.

Os curdos que estão a aproximar-se de Raqqa, na Síria – escolhida como capital do seu ‘califado’ pelo Estado Islâmico.

Também a tomada de Ramadi pode contribuir para a recuperação da outra grande cidade da província de Anbar: Falluja, nas mãos dos extremistas e a uns perigosos 60 quilómetros de Bagdade.

Segundo a BBC, a ofensiva mudou desde que em setembro o general norte-americano Sean MacFarland tomou o controlo das operações. O novo responsável da coligação internacional analisou anos de combates ao EI para perceber que táticas eram mais eficazes. E chegou a uma conclusão que tem dado resultados.

O porta-voz das forças militares dos EUA, o coronel Steven Warren, explica que a grande alteração no combate ao EI se deve às forças passarem das operações de contra-insurgência, que usaram durante anos contra os terroristas, para as táticas de guerra convencional.

A contra-insurgência funciona com táticas de guerrilha – nomeadamente tentativas de sabotagem e ataques seguidos de retirada. “Táticas de guerrilha, táticas insurgentes, – o objetivo é evitar uma grande batalha” explicou Warren.

Esta aproximação não funcionou com o EI, apostado na conquista e controlo de território para tentar estabelecer um estado, o seu ‘califado’. Neste cenário, só com a “guerra convencional” tem sido derrotado.

A esperança é que sejam igualmente eficazes na conquista de Falluja e ainda Mossul, a norte.

Plano Brasil

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