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domingo, 27 de dezembro de 2015

Crise síria: Gasolina no cessar-fogo

A Resolução n. 2.254 sobre a Síria, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU, sublinha “a estreita ligação entre um cessar-fogo e um paralelo processo político”. 
A desativação do conflito favoreceria uma redução das tensões no Oriente Médio.
Há, porém, um problema: três dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, França e Grã Bretanha – são os mesmos que violaram duramente “a soberania e a integridade territorial da República Árabe Síria”, a qual na resolução dizem “apoiar fortemente”. São os mesmos que organizaram “o crescente afluxo de terroristas na Síria”, pelo qual na resolução “exprimem a mais grave preocupação”.
Mas o “cessar-fogo” depende sobretudo dessas três potências, e da Turquia, todas membros da Otan, posto avançado da guerra encoberta contra a Síria e dos demais membros da Aliança, a começar pela Alemanha. Depende também de outra potência, Israel, que tem as mãos na massa nesta e em outras guerras. Quais as intenções ativas nessa Resolução? Mais do que palavras, valem os fatos.
Dia 18 de dezembro, no mesmo dia em que o Conselho de Segurança traçava o “mapa do caminho para a paz” na Síria, a Otan anunciava o envio de navios de guerra alemães e dinamarqueses e aviões radar Awacs à Turquia para reforçar a “defesa na fronteira com a Síria”, jogada que, na realidade, fazia mira contra a Rússia, cuja intervenção contra o chamado Estado Islâmico está mudando a favor de Damasco a sorte da guerra.
E no dia seguinte, a Otan anunciava que está pronto o primeiro dos drones Global Hawk que serão instalados no setor norte-americano da Estação Aeronaval de Sigonella, de Itália e Otan, na Sicília, para “vigilância terrestre”, ou seja, para espionar os países enquadrados na mira estratégica dos Estados Unidos e da Otan.
Ainda no mesmo dia em que o Conselho de Segurança desenhava o “mapa do caminho para a paz” no Oriente Médio, a Alemanha anunciava a entrega a Israel do quinto submarino de ataque nuclear. Como documenta o jornal Der Spiegel, são submarinos Dolphin modificados para o lançamento de mísseis cruzadores nucleares, os Popeye Turbo, com raio de 1.500 quilômetros, derivados do mísseis norte-americanos. Com o novo submarino rebatizado Rahav (Poseidon) – cujo custo supera os 2 bilhões de dólares, um terço dos quais financiado pelo governo alemão – Israel reforça a sua posição de única potência nuclear da região, enquanto o Irã (que diferentemente de Israel assinou o Tratado de Não Proliferação) renuncia às armas nucleares, e a Síria entrega as armas químicas construídas como dissuasivo contra as armas nucleares de Israel.
Em 19 de dezembro, um dia depois de o Conselho de Segurança reafirmar “a soberania e a integridade territorial” da Síria, Israel destruía totalmente um edifício em Damasco, com mísseis lançados por dois caças, operação para assassinar o militante libanês Samir Kuntar, da qual resultaram mortos além de Kuntar, vários civis. 
Samir Kuntar, depois de 30 anos de cárcere em Israel por ter lutado pela independência do Líbano e da Palestina, foi libertado em uma troca de prisioneiros em 2008, aderiu ao Hesbolá e foi combater o chamado Estado Islâmico; por esta razão era listado por como “terrorista global”.
Ao mesmo tempo, a França, apoiadora no Conselho de Segurança do cessar-fogo na Síria, anunciava ter recebido a soma de mais de 7 bilhões de dólares pelo fornecimento de 24 caças bombardeiros Rafale ao Catar, o regime que alimentou, inclusive com comandos infiltrados, a guerra na Síria, que deu sequência à guerra em que a Líbia foi demolida. 
Além desses, lá está também, a pregar cessar-fogos, a Arábia Saudita. Essa, além de financiar com bilhões de dólares o chamado Estado Islâmico e outros grupos terroristas, participa na coalizão dirigida pelos Estados Unidos “contra o Estado Islâmico” e até promoveu uma “coalizão islâmica antiterrorismo”!*****
(Trad. José Reinaldo, Blog Resistência)
Naval Brasil

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