A rede do terror turco entrou na alça de mira da Rússia - Noticia Final

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sábado, 28 de novembro de 2015

A rede do terror turco entrou na alça de mira da Rússia


Tradução Vila Vudu

Análise cuidadosa das longas declarações russas nos últimos três dias sobre as tensões com a Turquia sugere que Moscou descartou (pode-se dizer, totalmente) a teoria conspiracional de que Ancara teria tomado a desgraçada decisão de derrubar o jato russo na 3ª-feira passada com tácito encorajamento dos EUA.

Dado o clima prevalecente nos laços russos com o ocidente, não deve ter sido surpresa para Moscou que o secretário-geral da OTAN Jen Stoltenberg tenha manifestado o apoio rotineiro à integridade territorial da Turquia, ou que o presidente Barack Obama tenha visto o incidente da 3ª-feira pelo prisma do jogo que se vai consumando na Síria. Importante, Moscou com certeza observou que ambos, a OTAN e Obama aconselharam a Turquia a ‘des-escalar’ com a Rússia e deixaram claro que se trata de assunto entre Ankara e Moscou. (Ver no meu blog, US, OTAN tell Turkey to ‘deescalate’ with Russia.)Moscou logo depois invocou o recente memorando Rússia-EUA sobre garantir a segurança das aeronaves de combate que operam na Síria “pelo qual os EUA assumiram a responsabilidade de que todos os participantes da coalizão liderada pelos EUA observarão regulações relevantes”.Moscou concluiu, depois de consideração meticulosa das evidências circunstanciais do caso, que aTurquia cometeu ato premeditado.  Há muitas explicações acessíveis para por que a Turquia agiu como agiu, mas Moscou parece ter-se concentrado em duas delas principalmente: a) a Turquia tentou precipitar uma confrontação entre a Rússia e a aliança ocidental, que desnortearia as operações militares russas na Síria; b) a Turquia tentou fazer descarrilar a operação russa em curso em áreas altamente sensíveis de fronteira pelas quais passam as principais rotas de suprimento para os grupos extremistas (como para a Frente Nusra).De fato, pela avaliação que os russos estão fazendo, as relações russo-turcas nunca mais serão as mesmas de antes. Há profundo senso de traição que teria sido cometida no nível da liderança turca. 

No mínimo, o Kremlin esperava que o presidente Recep Erdogan manifestasse alguma lástima ou arrependimento pelo incidente. ( Moscou ainda deu bom tempo para o Sultão pedir desculpas se quisesse, adiando a decisão final sobre as medidas de retaliação contra a Turquia.) Claramente, o fracasso do plano de jogo diplomático da Turquia para empurrar a OTAN para um confronto com a Rússia significa que a retaliação de Moscou permanecerá ‘Ankara-cêntrica’ e não será convertida em ‘questão da OTAN’. Moscou já anunciou que não tem intenção de usar força contra a Turquia. 

Dito de outro modo, a Turquia ficará sem álibi para invocar o artigo 5º da Carta da OTAN.Por outro lado, Moscou também deixará a Turquia sem outra opção além de aceitar uma nova realidade das operações militares russa nas regiões de fronteira norte da Síria. De fato, na 4ª-feira jatos russos já estavam novamente em ação na mesmíssima área na qual na véspera acontecera o incidente, e com ainda maior força mobilizada de ataque, para missão de bombardeio massivo.O resumo disso tudo é que Moscou e Damasco (e Teerã) não permitirão que a Turquia demarque alguma ‘área segura’ ou ‘zona aérea de exclusão’ no norte da Síria. Todo o empenho das operações militares

 A Rússia estima que o sucesso da guerra contra o ‘Estado Islâmico’ depende criticamente da destruição das rotas de suprimento pelas quais a Turquia abastece o grupo terrorista. Moscou deixou sugerido, inter alia que tem informações de inteligência que implicam gente poderosa da elite turca em tenebrosos negócios de contrabando de petróleo, com os terroristas do ‘Estado Islâmico’.Se tiver alguma base a versão iraniana da ação de resgate que arrancou o piloto russo das garras de grupos terroristas – a Agência Fars de Notícias tem contatos com o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica –, a ação significa principalmente que, se a inteligência iraniana conseguiu tão brilhantemente penetrar as defesas dos grupos terroristas, ela certamente tem ideia bastante precisa das atividades clandestinas da Turquia nas regiões de fronteira e de sua rede de terror. Para garantir, não haverá qualquer redução nas operações militares russas no norte da Síria.

 O incidente da 3ª-feira – e a operação de resgate – podem ter consolidado o eixo Rússia-Irã-Síria-Hezbollah no plano operacional, em grau que, semana passada, seria ainda impensável.Enquanto prosseguem as operações militares em e em torno de Aleppo, a Turquia testemunhará a destruição sistemática de seus centros de comando e controle dentro da Síria; talvez seja forçada a rapidamente retirar suas Forças Especiais que operam dentro da Síria; e talvez veja seus procuradores arrancados dali. 

Moscou entrementes anunciou abertamente uma série de medidas para assegurar que a Turquia compreenda que sofreu derrota retumbante na Síria e que deve manifestar-se capaz de autocontenção. A instalação na Síria dos mísseis S-400 é claro sinal de aviso à Turquia, para que nem pense em fazer loucuras. A Rússia também fortaleceu o sistema de defesa aérea da Síria. Jatos turcos já não são admitidos em livre operação no espaço aéreo sírio. 

E Moscou também ordenou que todas as suas futuras missões recebam cobertura de jatos de combate.O que a Rússia prepara-se para fazer a Erdogan é precisamente o que o ocidente já lhe deveria ter feito há muito tempo. Mas, antes, o leitmotif das políticas do ocidente em relação a Erdogan sempre foi o interesse imediato. Obama prioriza o acesso dos EUA à base aérea de Incirlink; e a União Europeia adula Erdogan (e até o suborna com bilhões de euros) para que não empurre os refugiados sírios para dentro da Europa. Que ninguém se engane: Obama sabia perfeitamente bem do apoio clandestino que a Turquia dá a grupos extremistas na Síria. Se seu vice-presidente Joe Biden já sabia há um ano, Obama com certeza também sabia. Mas preferiu olhar para outro lado e fingir que nada via.O mínimo que Obama pode fazer nesse ponto, no interesse da segurança internacional, portanto, é deixar que a Rússia termine o custoso trabalho de destruir a rede terrorista turca, trabalho que ele, Obama, até hoje não teve o poder ou a coragem moral, para assumir e completar.

Oriente Mídia

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