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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Esquecimento do papel do Exército Vermelho é fruto da mentira da Guerra Fria


Uma recente pesquisa aponta que só 13% dos europeus conhecem o papel decisivo do Exército Vermelho, que libertou a Europa do fascismo e nazismo. Segundo o historiador brasileiro João Claudio Platenik Pitillo, da UERJ, este é o resultado lógico da campanha de desinformação que teve lugar durante a Guerra Fria.

Em uma entrevista à Sputnik Brasil, o historiador, que é autor do livro “Aço Vermelho: Os Segredos da Vitória Soviética na Segunda Guerra Mundial”, disse que o Ocidente realizou toda uma campanha durante a Guerra Fria que terminou em uma revisão drástica de História. Esta revisão afetou todos os países:
“Essa ignorância também está aqui no Brasil. E isso é fruto da Guerra Fria. A Guerra Fria foi muito hábil em produzir uma Segunda Guerra Mundial onde os ocidentais, a França, a Inglaterra, os Estados Unidos, fizeram uma revisão da História <…> Depois, eles se colocam como países centrais na derrota do nazismo e por último, eles se colocam na vanguarda da luta anticomunista. Eles criaram o espantalho do comunismo, que tinha que ser combatido”.

Afinal, a confusão gerada pelo Ocidente fez com que o próprio Ocidente esquecesse quem era inimigo e quem era aliado: “A confusão deles foi tão grande que eles muitas vezes retratavam o comunismo e o nazismo como a mesma coisa”, ressalta o historiador.

Houve quem chegasse a afirmar que a culpa pela Segunda Guerra Mundial foi da União Soviética.

“A nossa missão como historiadores é combater isso. Isso é uma mentira que, ao fim e ao cabo, só vem beneficiar o nazi-fascismo”, frisa Platenik Pitillo.

Comentando os números da pesquisa (13% têm conhecimento do papel do Exército Vermelho, 43% acreditam ingenuamente que a vitória foi obra do exército dos EUA), o historiador brasileiro disse que esse resultado, lamentavelmente, pode não ser o pior. Ele acredita que “no Brasil, o percentual seja já maior”; mas acha que é principalmente um problema da educação.

Nisso, ele coincide com o chefe da Administração do presidente da Rússia, Sergei Ivanov, que, em entrevista hoje ao canal RT, disse o seguinte:

“Eu acho que nós não podemos reescrever a História. Porque existem muitos documentos históricos que provam que a União Soviética desempenhou um papel importantíssimo para um desenlace positivo da guerra mais cruel da História mundial”.

Segundo Ivanov, estas tentativas de reescrever a História não têm justificação:

“Eu estou hoje preocupado pelo fato de nos EUA e em certos países da Europa Ocidental, os políticos tentarem reescrever a História, deturpar a História, colocando, por exemplo, o comunismo e o fascismo ao mesmo nível. Tudo isso não corresponde à realidade, é simplesmente mentira <…> E quanto mais tempo passa, com mais obstinação os países ocidentais fazem uso deste meio, eu diria, que não é muito aceitável do ponto de vista moral, para isolar a Rússia”.

Justiça para o Brasil também

O Brasil também participou da Segunda Guerra Mundial, sendo o único país latino-americano a combater. Foi como aliado dos EUA, mas os EUA preferem calar o fato, diz Platenik Pitillo. Não há nenhum livro que mencione a atuação brasileira no conflito.

Mas a presidente Dilma Rousseff pode afinal mudar a situação. Dilma deve assistir à Parada da Vitória em 9 de maio em Moscou. Segundo o professor Platenik Pitillo, trata-se de um evento muito significativo:

“Pela primeira vez, um presidente brasileiro vai assistir ao Dia da Vitória em Moscou <…> Eu acho que é um avanço. Porque o Brasil participou da luta na Europa do lado dos Estados Unidos, e nós nunca recebemos, porparte dos estadunidenses o devido respeito pela atuação na Itália. O Brasil teve uma participação gloriosa na Itália, e nós não aparecemos em nenhum livro da história”.

Talvez por parte da Rússia o Brasil afinal receberá o devido reconhecimento, negado pelos EUA.
Vale lembrar que os Estados Unidos têm admitido estar pressionando líderes de certos países de maneira a que estes desistam de viagens a Moscou para homenagear os 70 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial. Em abril, ganhou notoriedade o caso do presidente tcheco, Milos Zeman, que após ter confirmado a sua decisão de ir à praça Vermelha, foi chamado pelo seu colega estadunidense, Barack Obama.

Zeman disse naquela altura que não se podia esquecer que foi a União Soviética quem libertou a antiga Tchecoslováquia do nazismo.

Mais recentemente, em um briefing no Departamento de Estado dos EUA, a porta-voz desta autarquia, Marie Harf, confessou que as autoridades querem ver as posições dos seus países aliados e “parceiros” mais alinhadas com a dos próprios EUA.

Fonte: Sputnik News Brasil / Plano Brasil

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