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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Irã lança desafio de mísseis

Irã, mísseis, defesa, OTAN

O ministro da Defesa do Irã, o general Hossein Dehghan, afirmou que seu país passou para o quarto lugar no mundo em matéria de construção de mísseis. Qual é o estado e quais as perspectivas do da industria iraniana de mísseis?

Na política militar do Irã, a componente principal é o reforço do potencial militar. E os iranianos alcançaram sucesso notável nesta matéria. A prioridade é dada aos programas de mísseis, que agora são de maior importância que outras áreas. Aparentemente, neles se concentram os principais esforços políticos, econômicos, financeiros, de pessoal, de inteligência e de organização das autoridades iranianas.
Note-se que estes esforços certamente dão frutos. Não foi por acaso que durante muito tempo a construção de mísseis e as tropas de mísseis faziam parte da de um corpo de elite do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica. Agora seu estatuto foi elevado. Agora, as tropas de mísseis e tudo o que é relacionado com elas, obedece diretamente ao comandante-em-chefe, ou seja, ao líder supremo do Irã.
Graças a isso, os dirigentes iranianos conseguiram criar no país uma infraestrutura militar e científica de construção de mísseis. Segundo dados públicos, no Irã operam sete principais centros de desenvolvimento e produção de tecnologia de mísseis e cerca de 20 instalações de pesquisa e desenvolvimento de apoio.
Até hoje, foram criados, são produzidos e são usados em serviço de combate mísseis táticos e operacionais-táticos de diferentes nomes e modificações com um alcance de tiro de entre 80 e 750 km. Esses mísseis não podem ser usados como portadores de armas nucleares, mas eles são capazes de destruir alvos navais na região do Golfo Pérsico e do Golfo de Omã.
Mas o foco principal da indústria iraniana de construção de mísseis atualmente está nos trabalhos de pesquisa científica, experimentos e desenvolvimento do programa Shahab. No âmbito deste programa, o Irã desenvolveu mísseis balísticos de médio alcance (MBMA) Shahab-3, que são capazes de destruir alvos a uma distância de até 2.000 km e carregar uma ogiva de até uma tonelada. Tais características permitem atacar o território de Israel, bem como bases militares norte-americanas localizadas na Arábia Saudita, Iraque, Afeganistão e Kuwait.
Acredita-se que os mísseis iranianos foram desenvolvidos com base em tecnologia russa, chinesa e norte-coreana. Peritos ocidentais acham que o protótipo dos mísseis Shahab-1, Shahab-2 foi o míssil soviético R-14 (SCUD na classificação da OTAN) e seus análogos norte-coreanos modernizados, e o protótipo do Shahab-3 foram os mísseis norte-coreanos No-dong-1 e No-dong-2.
Por isso, o principal método de operação da indústria de defesa iraniana é, em grande medida, a reprodução de modelos estrangeiros de armas. Isto, naturalmente, reduz a competitividade do equipamento militar iraniano. Afinal, de fato, armamentos produzidos no Irã, embora sejam novos “fisicamente”, em suas características de engenharia são ou licenciados, ou uma cópia de modelos estrangeiros obsoletos. Portanto, como regra, armas iranianas já saem obsoletas da linha de montagem.
Então, o que estará por trás da declaração ousada do general Dehghan de que o Irã tomou a quarta posição no mundo no campo de construção de mísseis, depois dos EUA, da Rússia e da China? Muito provavelmente, fins puramente propagandistas.
Para uso interno: para mostrar ao povo que o país, apesar das maquinações dos inimigos, segue de vitória a vitória nos campos mais complexos de alta tecnologia mesmo em condições de bloqueio econômico.
Para uso externo: para lembrar aos Estados Unidos e aos outros participantes das negociações nucleares, que o Irã, possuindo um poder de mísseis comparável ao norte-americano, russo ou chinês, em nenhum caso irá nessas negociações (como gostariam os norte-americanos ) discutir as suas capacidades de mísseis. “Estamos em pé de igualdade”, ouve-se nas palavras do general.
Naturalmente, isso é um exagero. Mas os norte-americanos devem reconhecer que o potencial de construção de mísseis no Irã é grande, mesmo com todas as suas desvantagens. Atualmente, as capacidades das forças de mísseis do Irã estão limitadas por ogivas convencionais. No entanto, para que no Irã, num futuro próximo, dois programas – de mísseis e nuclear – não se fundam num só, são necessários compromissos na fase final das negociações sobre a questão nuclear iraniana. Com sua declaração o general sugere: os Estados unidos deveriam ser mais maleáveis.

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