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terça-feira, 21 de outubro de 2014

União Europeia não quer levantar sanções antirussas, nem conceder dinheiro à Ucrânia

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Os ministros das Relações Exteriores da UE decidiram recomendar à cúpula comunitária, agendada para 23-24 de outubro, não levantar sanções introduzidas contra a Rússia. É uma notícia pouco agradável. Mas há uma notícia mais desagradável – um montante de 2 bilhões de euros, necessários para reembolsar a dívida pelo gás russo, não foi encontrado. Ora, Bruxelas parece se habituar a manter equilíbrio, nadando em duas águas.

Em Luxemburgo, onde se debateram as sanções, tiveram uma repercussão maior os discursos dos chanceleres da Polônia, Letônia e Lituânia, segundo os quais a Rússia “não se porta bem para que as sanções sejam revogadas”.
O embaixador russo na UE, Vladimir Chizhov, foi muito eloquente comentando estas e outras declarações dos países comunitários do antigo bloco soviético. “Se cria uma impressão que a Europa se veja forçada a ouvir a opinião de “cabeças quentes” sem dar oportunidade de se expressarem “cabeças frias”. A UE parece ficar estrangulada por sanções próprias sem poder pensar bem sobre seus efeitos e elaborar uma estratégia para a saída do impasse criado:
“Acho que, ao esgotar um recurso político de sanções, a EU se aproximou de um ponto em que será preciso pensar em movimento inverso, em sentido contrário. Mas a Rússia não tenciona pedir alguma coisa a alguém. Não vamos resmungar e rogar à UE ou a alguém para revogarem as sanções”.
Os motivos para tal posicionamento firme de Moscou foram comprovados pelo Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND), cujos analistas calcularam que, tomando em conta as reservas oficiais russas e uma dívida pública relativamente pequena (13% do PIB), Moscou poderá levar uma vida bem confortável nos próximos 4 anos.
O mesmo não se pode dizer acerca da UE. Cada ano vivido sob o regime de sanções recíprocas levará à ruína de dezenas de explorações agrícolas e empresas de transportes. A Alemanha já se encontra à beira de uma nova recessão económica. O FMI prevê que as suas exportações sofram uma queda de 35-40%.
As sanções antirrussas têm sido o maior mecanismo utilizado por Washington para conservar seu controle geopolítico na zona euro-atlântica, anunciou o chanceler russo Serguei Ivanov. A regularização na Ucrânia nunca foi o principal objetivo perseguido por Washington. A sua meta é fazer com que a Ucrânia continue sendo um pólo de irritação nas relações entre a Rússia e a Europa. É por essa razão que se presta apoio aos ultranacionalistas em Kiev que procuram privar os habitantes do sudeste de um sagrado direito de se expressarem em sua língua materna (russa), venerando a sua cultura e a história, acrescentou Serguei Lavrov:
“São ilusórias as expetativas de obrigar a Rússia a se afastar da verdade e da justiça devido à pressão e ao emprego de medidas restritivas e à política de ameaças. As sanções decretadas pelos EUA, UE e uma série de outros países não podem contribuir para a diminuição da escalada da tensão, nem para a proteção dos direitos do povo ucraniano. Estes passos, empreendidos pela Europa sob uma forte pressão dos EUA, vêm contrariando e lesando os interesses dos países comunitários para os quais a Rússia não deixa de ser um parceiro económico-comercial substancial. Os prejuízos que se pretende causar à Rússia já têm tido um impacto negativo nos países membros da EU”.
O segundo tema “doloroso” debatido em Luxemburgo a ser discutido na próxima cúpula são as relações com Kiev. Nomeadamente, as especulações com o gás russo, orquestradas e regidas pelo Gabinete de Arseni Yatsenyuk.
Para obrigar a Eslováquia a proporcionar novos fornecimentos de gás reversivos, a Bratislava já se deslocou a chanceler alemã, Angela Merkel. A Eslováquia se dispõe a ajudar a Ucrânia, mas a Kiev também deverá aprender a lidar com seus problemas, disse a propósito o premiê eslovaco, Robert Fico.
“Tenho a impressão de a Ucrânia querer que lhe resolvam seus problemas sem ela mexer um dedo”, frisou.
O chanceler checo, Lubomir Zaoralek, admitiu que a UE pudesse conceder meios financeiros adicionais para saldar sua dívida perante o Gazprom desde que haja garantias sólidas de seu “uso seletivo”. Bruxelas teme que novos recursos da UE sejam esbanjados pelas novas autoridades ucranianas.

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