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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Poderá o novo parlamento ucraniano dialogar com a Rússia?

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Depois de ter reforçado sua legitimidade, o novo poder ucraniano terá de demonstrar sua sabedoria política e ponderação, estabelecendo igualmente de alguma forma o diálogo com Moscou.

No domingo passado na Ucrânia decorreram eleições legislativas extraordinárias. Lidera a Frente Popular do premiê Arseni Yatsenyuk, à qual se segue o Bloco de Piotr Poroshenko. Os outsiders radicais da corrida eleitoral não podem contar com um número significativo de mandatos. No entanto, os peritos já têm uma ideia que a nova Rada será pró-Maidan.
Nesse contexto, surge a questão da capacidade negocial dos deputados. A maioria deles não está preparada para um diálogo com Moscou. Mas na Ucrânia ainda há pessoas sensatas, constata o consultor político Serguei Slobodchuk:
“Neste momento a força política mais construtiva, a que está interessada numa normalização das relações, é o atual presidente e seus apoiantes. Por isso, se ele conseguir colocar o máximo de partidários seus na composição do governo, ou mesmo na liderança do governo, que tenham em vista uma posição construtiva, então poderemos falar do aparecimento de um fator pragmático nas relações da Ucrânia com a Rússia.”
É sintomático que também o Kremlin deposita esperanças no atual presidente da Ucrânia. Segundo disse o ministro das Relações Exteriores russo Serguei Lavrov, Piotr Poroshenko é parceiro da Rússia e do presidente Vladimir Putin nos acordos de Minsk, e Poroshenko provavelmente tentará, de uma forma ou de outra, estabelecer um diálogo com Moscou, considera o diretor do Centro de Estudo Políticos e Conflitologia de Kiev Mikhail Pogrebinsky:
“Eu penso que ele tentará continuar a seguir esta linha para o congelamento do conflito por tempo indeterminado, pelo menos durante este inverno. Não creio que haja uma revolta no curtíssimo prazo neste navio parlamentar que possa contrariar o plano do presidente. Na minha opinião, esse plano inclui a execução dos acordos de Minsk.”
Existe um perigo real que a recém-eleita Suprema Rada possa sofrer o destino da anterior se nela não triunfar o pragmatismo econômico e político. Isso poderá ocorrer, nomeadamente, se Kiev conservar sua retórica anterior.
Por outro lado, os políticos ucranianos que obtiveram a maioria dos votos dos eleitores, precisamente por terem usado essa retórica de forma hábil, pensam contudo de uma forma racional. Essas pessoas poderiam sofrer a influência dos radicais, mas na nova composição da Rada estes são a minoria.
Assim, os peritos mantêm a esperança que o novo poder na Ucrânia não queira desesperadamente retomar os combates, descurando os problemas econômicos reais que quase enterraram as próprias estruturas nacionais ucranianas.

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