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sábado, 27 de setembro de 2014

Kiev revelou parcialmente seus planos secretos

Ucrânia, Piotr Poroshenko, Rússia, política
A suspeita de que Kiev está aproveitando a trégua para se preparar para a guerra se está confirmando.

O presidente da Ucrânia Piotr Poroshenko publicou um decreto que determina “a orientação da economia nacional para funcionar em condições de período de exceção” e que as forças militares reforcem suas posições nas fronteiras com a Rússia e com os territórios do Donbass controlados pelas milícias.
O decreto “Sobre as medidas inadiáveis para defesa da Ucrânia e reforço de sua capacidade de defesa” é parcialmente secreto. Mas aquilo que está acessível no site do chefe de Estado ucraniano não deixa dúvidas: as autoridades de Kiev se estão preparando para a guerra. Eles vêm os russos e os habitantes do Donbass como inimigos.
É por isso que os postos de controle na fronteira russo-ucraniana foram encerrados e as ligações rodoviárias, marítimas, pedestres - mandadas interromper. Se for necessário, outras comunicações também serão bloqueadas.
A fronteira entre a Ucrânia e a Rússia está sendo demarcada de forma unilateral. Para a construção de um milhar e meio de quilômetros de trincheiras junto à fronteira russo-ucraniana, de oito mil valas para material pesado, de quatro mil casamatas e para a instalação de 60 quilômetros de barreiras não-explosivas, do orçamento foram atribuídos 100 milhões de hryvnias (7,7 milhões de dólares).
Claro que ninguém perguntou a opinião aos cidadãos ucranianos. Eles simplesmente viram seus impostos aumentados, a água e o aquecimento cortados, e agora também os privaram da possibilidade de viajar para trabalhar na Rússia, onde eles compensavam o desemprego, mesmo nos tempos de maior prosperidade.
É evidente que o presidente Poroshenko não toma todas essas medidas por recear uma invasão externa. Mas ele precisa, em primeiro lugar, de impedir a fuga dos cidadãos do seu país, que não querem sofrer privações por causa de um regime que lhes foi imposto à força. Em segundo lugar, Poroshenko necessita de demonstrar que está combatendo seu inimigo potencial para apaziguar os ânimos nos seus círculos mais próximos, considera o editor principal da revista Natsionalnaia Oborona (Defesa Nacional) Igor Korotchenko:
“Isso é marketing político destinado a mobilizar o eleitorado ucraniano para uma votação orientada nas eleições para a Suprema Rada (parlamento). Isso é necessário para aumentar a histeria e o medo e para obter a votação necessária aos protegidos de Poroshenko que se apresentam como candidatos a deputados.”
As eleições da Suprema Rada da Ucrânia estão marcadas para 26 de outubro. Lugansk e Donetsk já declararam que nos territórios que controlam as eleições para o parlamento ucraniano não se irão realizar. Em vez disso, no dia 2 de novembro, as repúblicas populares de Lugansk e de Donetsk irão realizar suas próprias eleições dos dirigentes e assembleias legislativas. Kiev, por seu lado, já se recusou reconhecer os resultados das eleições no Donbass.
Existe uma grande probabilidade de estes processos eleitorais paralelos servirem de pretexto a Kiev para congelar o processo negocial com o Donbass. Nessa expectativa, as autoridades ucranianas não se apressam em cumprir as exigências do memorando assinado pelos representantes de Kiev e das milícias em Minsk, capital da Bielorrússia, com a mediação da OSCE. O armamento pesado não está sendo retirado da fronteira, antes pelo contrário, está sendo entrincheirado. As unidades militares estão sendo reforçadas. Aceitaram de jure o estatuto especial do território dos distritos de Lugansk e de Donetsk, mas contestam-no em todas as entrevistas. Não querem reconhecer que os habitantes do leste do país já escolheram a via da independência, comenta o perito Igor Korotchenko:
“A qualquer momento o partido da guerra em Kiev poderá recomeçar as provocações militares contra o Donbass. Mas as repúblicas de Donetsk e de Lugansk já não fazem parte de fato da Ucrânia, elas já são Estados independentes. As futuras eleições dos órgãos máximos do poder do Estado irão legitimar esse estatuto. Infelizmente Poroshenko não se dá conta disso.”
A liderança ucraniana irá, mais tarde ou mais cedo, ter consciência desse fato, considera o perito. Mas seria melhor cedo do que tarde. Uma nova guerra irá provocar mais vítimas, mas não irá alterar a essência dos processos em curso entre Kiev e o Donbass.

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