Será o F-35 o novo F-4? - Noticia Final

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domingo, 25 de maio de 2014

Será o F-35 o novo F-4?

Interessante artigo publicado pelo blog medium.com fazendo um comparativo de que o F-35 possa reviver o F-4 Phantom II, o clássico avião da Guerra Fria.

O caça não pode manobrar, dizem os críticos. É baseado em um conceito equivocado. Ele se baseia em tecnologias não comprovadas. É um jato capaz de atender a Força Aérea, a Marinha e os Fuzileiros Navais, e ainda assim ele realmente não atende as necessidades de cada Força.

A descrição acima é sobre o F-35 Joint Strike Fighter da Lockheed Martin? Não. Na verdade é o sobre o McDonnell Douglas F-4 Phantom II, o onipresente caça-bombardeiro, reconhecimento e aeronave de caça que formou a espinha dorsal dos EUA, da OTAN e o poder aéreo israelense na década de 1960 e 1970. Mais de 50 anos depois, o Phantom ainda voa, como ficou evidente quando artilheiros da Síria derrubram um RF-4 de reconhecimento turco do ano passado.

Enquanto o Phantom ainda tem muitos fãs, ele também tinha seus detratores. E muitas dessas queixas são assustadoramente semelhantes às críticas agora voltadas para o Joint Strike Fighter. Será o F-4 um guia para o que podemos esperar do F-35?

Comparar os problemas do F-35 com outros projetos de aeronaves que tiveram os seus problemas tornou-se um passatempo favorito de jornalistas, analistas e outros especialistas. O mais notável foi do projetista de aviões Pierre Sprey que fez um argumento convincente de que o F-35 é uma reencarnação do infame F-111.

O F-111 foi originalmente concebido em 1960 como uma aeronave de ataque de longo alcance para a USAF, até que o secretário – contando feijão de Defesa Robert McNamara e sua equipe – decidiu que ela também deveria ser o interceptador baseado em porta-aviões para a Marinha.
F-111

Mas a Força Aérea e a Marinha tinham radicalmente diferentes exigências. A Marinha desistiu e, em vez de se tornar o principal caça tático dos Estados Unidos, apenas 563 F-111 foram construídos para a Força Aérea e para a Austrália. O F-111 acabou custando muito mais do que o planejado, sofreu falhas de projeto incapacitantes e foi ineficaz em combate.

Se, de fato, a aquisição do F-35 seja cancelada ou reduzida, por causa de orçamentos de defesa mais apertados ou por um fracasso para cumprir as metas de desempenho, então ele pode se tornar um fiasco, caro como o F-111.

No entanto, suponha que todos ou a maioria dos 2.443 norte-americanos F-35, além de outros 700 ou mais estrangeiros, sejam realmente construídos e empregados. Isso tornaria o caça mais comum entre os EUA e seus aliados. Assim como o F-4.

O F-4 não era bonito , mas era prolífico. Os 5.195 F-4 construídos, tornaram-se o pilar da Força Aérea dos EUA, da Marinha, dos Fuzileiros, bem como o principal caça de Israel, da Grã-Bretanha e do Japão.

O Phantom se tornou um ícone do poder aéreo ocidental, o jato que simbolizava as guerras aéreas no Sudeste Asiático e no Oriente Médio. Apesar de sua estética, o F-4 ainda ganha carinho em numerosos livros, vídeos e sites.

No entanto, não começou como uma aeronave popular. Assim como o F-35, começou como uma aeronave de ataque dos Fuzileiros, até se tornar o multifuncional Joint Strike Fighter. O F-4 nasceu em 1959 como um interceptor baseado em porta-aviões da marinha até que, McNamara, novamente quis um caça comum para todos as Forças.
A-4 skyhawk em ação no Vietnã do Norte.

Como o F-35, o F-4 foi baseado numa concepção de o combate aéreo do futuro será semelhante. O F-35 nasceu da crença de que os caças devem usar furtividade e possuírem a capacidade de compartilhar dados táticos com outras aeronaves, tudo para surpreender e apanhar os seus adversários.

Por sua parte, o F-4 foi baseado na convicção de que o combate aéreo seria travado além do alcance visual usando mísseis guiados por radar de longo alcance.

Não sabemos se a filosofia de design do F -35 venham a ser corretas, mas aprendemos da maneira mais difícil do que o Phantom não fez. O míssil guiado por radar Sparrow fracassou, e qualquer aeronave dos EUA que se envolvesse num combate aereo era proibida de conduzir ataques BVR sobre o Vietnã do Norte. Assim, os pilotos de F-4 se viram envolvidos em combates de baixa velocidade contra o menos sofisticado mas muito mais ágil MiG-21 e MiG-17.
Supondo-se que os combates do futuro seriam tão e somente de longo alcance, o Phantom não tinha inicialmente um canhão interno, limitando o caça a usar seus mísseis guiados por calor AIM-9 Sidewinder. O problema era como fazer um caça grande, pesado, dotado de dois poderosos motores J79 que soltavam muita fumaça, a ficarem atrás de pequenos e ageis caças. Além disso, os pilotos de MiG podiam ver o Phantom a quilômetros de distância por causa justamente da fumaceira de seus motores.

O resultado foi que a força de Phantoms dos EUA envolvidos no conflito dificilmente atingiram uma proporção de vitórias de 2:1 no Vietnã do Norte. E a certa altura, em 1967, a taxa de destruição na verdade favoreceu os MiGs.

Sprey acredita que o F-4 foi um erro. Ele argumenta que os EUA teriam se saido melhor no Vietnã, se houvessem enviados com mais proficuidade dois de seus grandes caças. O A-4, caça bombardeiro altamente manobrável e o seu dogfighter por excelência, de baixo custo e altamente manobrável, F -5.

“Comprando o F-4 para a USAF em vez do muito mais eficaz A-4 significou entregar muito menos bombas sobre alvos do Vietnã, a um custo duas vezes e meia mais alto, perdendo pelo menos três vezes mais tripulações” afirma ele. “Você teria feito muito melhor, dando a USAF 500 F-5 para o combate ar-ar e 2.500 A-4 para o bombardeio. Isso teria custado um terço do que pagamos para 3.000 F-4 que foram para a USAF e teríamos destruído muito mais alvos vietnamitas no solo e pelo menos o dobro de MiGs no ar”.
O Phantom teve um começo difícil inicialmente sobre o Vietnã, que soa como uma receita de bolo em comparação com o que se espera do F-35, de acordo com seus críticos. Eles vêem o F-35 como carne de cachorro em um duelo contra o mais rápido e mais manobrável russo MiG-35 e Su-30 e o chinês J-20. O F-35 já sofre de excesso de custos, software complexo e não prova se será capaz de cumprir com os compromissos de desempenho para poder operar a partir de bases avançadas da Força Aérea, Marinha e Fuzileiros.

Se a discrição (stealth) não funcionar como esperado na próxima guerra aérea e o combate se transformar em um novo Vietnã, o F-35 poderá estar em apuros.

A remissão do F-4

É difícil encontrar uma fresta de esperança quando a aeronave premier da América agora custa mais de um trilhão de dólares. Além disso, aviões, armas e inimigos mudaram desde o meio do século passado quando o Phantom decolou pela primeira vez. No entanto, no final, enquanto projetistas de aeronaves pode acordar gritando de sonhos de feios Phantoms no meio da noite, o F-4 não fez tão mal.

Quando a Marinha foi pioneira criando a escola de treinamento de combate aéreo Top Gun, indices de vitórias norte-americanas dispararam no Vietnã. Pilotos israelenses murmuraram a princípio sobre a falta de manobrilidadde do Phantom, do quanto seus Mirages eram letais, mas aprenderam a amar a versatilidade e durabilidade do F-4.

Isso não faz o F-4 uma grande aeronave ou desculpam suas falhas de projeto. Todo mundo quer o melhor caça. Há um número infinito de brilhantes aeronaves que nunca voaram além da prancheta. Quaisquer que sejam os problemas do Phantom, eles não eram tão ruins a fim de impedir que os pilotos devidamente treinados realizassem suas missões.

O Phantom mostrou que mesmo um avião falho pode ser resgatado. Sem dúvida, os russos e os chineses se sentem da mesma maneira, porque só um propagandista ou pessimista de carreira iria acreditar que os MiGs avançados e Sukhois não têm sua parcela de erros e as expectativas são sempre cumpridas.
Se o contribuinte americano deve gastar um trilhão de dólares em um jato falho é outra questão. Mas, se o F-4 é um guia, o F-35 pode ainda provar que é bom o suficiente.

FONTE: medium.com – Tradução e Edição: CAVOK

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