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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Moldávia: entre Transnístria, Gagaúzia e União Europeia

Em 27 de junho as autoridades da Moldávia pretendem assinar Acordo de Associação com a União Europeia. Mas os resultados de todas as pesquisas sociológicas revelam que cerca da metade dos cidadãos do país está contra esta associação e, quanto a Transnístria e à sua autonomia meridional, a Gagaúzia, alí o número de partidários da integração europeia tende a cair para zero.

As autoridades moldávias têm pela frente cerca de um mês antes da assinatura do Acordo de Associação Econômica e Política com a União Europeia. Mas na véspera deste evento de tamanha importância para o país, Chisinau insiste em não perceber que a disposição dos habitantes do país e, especialmente, dos habitantes de algumas das suas regiões, está longe da posição oficial das autoridades da república.

Na sua aspiração de derivar para o Ocidente Chisinau não se detém, inclusive, ante a possibilidade de agravamento de relações com os parceiros orientais da Moldávia, em particular, com a Rússia. Mas é precisamente ali que a maioria dos trabalhadores temporários ganha o dinheiro que vem a formar até um terço do PIB do país. As autoridades da Moldávia estão tão confiantes em si que nem sequer se dão ao trabalho de explicar aos seus cidadãos as vantagens e desvantagens da associação com a União Europeia, afirma o ex-vice-ministro das Relações Exteriores e da Integração Europeia da Moldávia Valeri Ostalep:

“No próprio país ninguém promove este trabalho com os homens de negócios e com agricultores. Nem explicar as vantagens e desvantagens reais deste tratado. A Federação Russa já chamou reiteradas vezes atenção para a influência negativa que este tratado irá exercer sobre as nossas relações. Em vez de atender a isso e dar início à discussão, Chisinau continua fazendo de conta que tudo isso não tem importância para nós”.

No entanto, na própria Moldávia existem problemas políticos internos por resolver e as autoridades, empenhadas no seu avanço para a Europa, tratam de não perceber também isso. Além da Transnístria que já há 22 anos está, na realidade, fora do controle de Chisinau, na parte sul da Moldávia existe ainda a região autônoma da Gagaúzia. Em 2 de fevereiro aí foi realizado um referendo consultivo em que mais de 90% dos habitantes votaram a favor do “vetor oriental” de desenvolvimento da Moldávia. Os habitantes desta autonomia estão a favor da consolidação das relações com a Russia e com a União Aduaneira que engloba a Federação Russa, a Bielorrússia e o Cazaquistão.

A direção da autonomia propôs a autoridades da Moldávia realizar um referendo análogo em todo o território da Moldávia, mas as autoridades deste país preferiram ignorar a proposta, pois esta não se inscreve nos seus planos de avanço rumo ao “futuro radiante no seio da Europa”. Fala Mikhail Formuzal, chefe da região atônoma da Gagaúzia:

“É preciso realizar um referendo do mesmo tipo que tínhamos promovido na Gagaúzia. E pedir a opinião da população. Se todo o país disser que nós vamos integrar-nos à União Europeia – não há problemas! Existem instituições democráticas a que todos obedecem. A minoria subordina-se à maioria. Mas é preciso levar a cabo este referendo e revelar a opinião do povo. Todavia ninguém quer fazê-lo. Uma determinada parte da elite, de tendências pró-romenas, não vê o futuro da Republica da Moldávia na qualidade de um Estado soberano, democrático, independente e neutro. Esta parte da elite quer a anexação da Moldávia ao país vizinho”.

O filosofo alemão do século XIX Eduard Bernstein afirmava: “O movimento é tudo, o objetivo é nada”. Na opinião de peritos, hoje em dia precisamente esta máxima é que descreve da melhor maneira a situação na esfera de integração da Moldávia à União Europeia. O objetivo principal do movimento das autoridades moldávias é a integração do país à União Europeia com toda a plenitude de direitos.

Os peritos reconhecem que a Moldávia, na sua qualidade do país mais pobre da Europa, poderia obter muitos bônus políticos e sociais e mudanças positivas na economia mediante a integração à União Europeia. Acontece, todavia, que os dignitários europeus não se apressam absolutamente a abrir os braços aos moldávios. Ninguém garante que a Moldávia será admitida na União Europeia. Mais do que isso: alguns peritos asseguram que para a União Europeia é mais vantajoso manter a Moldávia na qualidade de um território-tampão entre si e a Eurásia.

As chances de conseguir este objetivo são ínfimas, é possível o agravamento das relações com os paises-membros da União Aduanieira e a maioria dos cidadãos da república está contra a integração à União Europeia. Afigura-se, todavia, que tudo isso não diminui aos olhos das autoridades moldávias o valor do próprio processo de avanço neste sentido. Mas os politólogos esperam que depois da assinatura do acordo de associação com a União Europeia, marcada para dia 27 de maio, as autoridades moldávias terão juízo para olhar ao seu redor e dar, afinal, os primeiros passos frente ao seu próprio povo.

Voz da Russia

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