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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Estranhos "amigos da Síria"

O Ocidente está novamente dando à oposição síria dinheiro e armas não para vencer a guerra, mas para prolongá-la.

O comunicado da reunião de ministros de 11 países que apóiam a oposição síria armada, que aconteceu em Londres (London 11) em 15 de maio de 2014, é quase uma cópia exata dos relatórios sobre as reuniões da organização no ano passado.

Como no ano passado, prevê-se o aumento da ajuda militar a grupos de oposição “testados”, afirma-se a necessidade de depor Bashar Assad e declara-se antecipadamente a ilegitimidade das futuras eleições presidenciais. Um detalhe novo são as declarações de fracasso das negociações internas sírias em Genebra e de ausência de perspectivas para uma solução pacífica da crise síria.

Simultaneamente, o líder da coalizão da oposição síria Ahmad Jarba, durante sua visita a Washington, reafirmou o apoio a uma resolução política do conflito. Acrescentando, no entanto, que “a preservação da pressão sobre o regime aumentará as chances de encontrar uma solução política” e pedindo aos Estados Unidos da América, além de sistemas antitanque, ainda sistemas antiaéreos: “Para que os territórios liberados prosperem e as pessoas vivam em paz, deve ser neutralizada a Força Aérea síria.”

Jarba não está sendo honesto. A vitória da oposição não depende de forma alguma de fornecimentos de sistemas de armas norte-americanos. A propósito, no ano passado, seus líderes também afirmavam que obtendo uma arma “milagrosa” eles iriam superar o exército regular. Aparentemente, na altura se tratava de sistemas de mísseis antitanques e de complexos portáteis de mísseis antiaéreos de produção soviética. Agora decidiram ajudar a lucrar um pouco aos armeiros norte-americanos. Desde o início do ano, os Estados Unidos transferiram ao “grupo rebelde moderado” 12 complexos de mísseis antitanque BGM-71 Tow.

Segundo o representante permanente da Síria junto da ONU, Bashar Jaafari, estes complexos já foram usados em combate contra o exército sírio no nordeste da Síria, perto da cidade de Kasab... por radicais da Frente de al-Nusra. Podemos, é claro, não acreditar no que diz o diplomata sírio. Só que a Casa Branca por alguma razão continua ponderando sobre fornecimentos de complexos norte-americanos de mísseis antiaéreos aos oposicionistas sírios.

Uma guerra prolongada e fornecimentos de equipamentos de mísseis antitanque foram planejados pelos EUA praticamente desde o início do conflito. Eles começaram a ensinar combatentes do Exército Sírio Livre (ESL) a lidar com os equipamentos complexos ainda desde novembro de 2012.

No curso de duas semanas, sob a orientação de instrutores da CIA e forças de operações especiais, estudavam simultaneamente entre 20 a 45 pessoas. É fácil imaginar onde e como eles estão combatendo agora, depois do colapso do ESL.

Resumindo, desde o ano passado nada mudou. A oposição síria novamente promete uma vitória próxima, prosperidade e paz. Mas só depois de receber dinheiro e armas. No entanto, um dos líderes da Frente al-Nusra, Sami al-Aridi, já acusou Jarba de roubar 75 milhões dólares destinados a ajudar refugiados sírios e a tratar feridos. Mas quem iria acreditar nas palavras de um radical? E Jarba recebeu outros 287 milhões de dólares para equipamentos e máquinas não-combate.

A vitória está próxima? Segundo a suprema liderança militar dos EUA – não. Em 14 de maio, na reunião do centro analítico do Conselho do Atlântico em Washington, o presidente do Estado maior conjunto dos Estados Unidos Martin Dempsey disse que os EUA não estão fornecendo aos rebeldes o que eles precisam para derrotar o regime de Bashar Assad.

Ele reconheceu que, mesmo que a oposição síria consiga derrubar Assad, o país continuará sofrendo de terror, caos e fome. O mesmo destino espera o país, disse ele, “mesmo que Assad deixe a Síria hoje junto com sua família e apoiantes”.

Mas se mesmo os generais norte-americanos dizem que a oposição não conseguirá ganhar a guerra, não é melhor pará-la? A escala das repressões e da brutalidade do regime antes da guerra já não são comparáveis com os resultados de apenas três anos de guerra civil – mais de 150 mil mortos, milhões de refugiados e destruição horrível. É lógico supor que esses males não preocupam os “Amigos da Síria”. Não tendo conseguido ganhar esta guerra, eles decidiram simplesmente prolongá-la.

Voz da Rússia

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