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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Cooperação militar russo-chinesa com excelentes perspectivas de crescimento

O presidente russo Vladimir Putin irá visitar oficialmente a China nos dias 20 e 21 de maio a convite do seu homólogo chinês, Xi Jinping.

A administração do presidente da Rússia referiu que há uma série de documentos para serem assinados nas áreas econômica, energética e humanitária. Ao longo das conversações, as partes tencionam também abordar as questões relacionadas com a cooperação técnico-militar.

Os primeiros fornecimentos de armamento, que na altura ainda era soviético, remontam aos anos 50 e início dos anos 60 do século passado, quando Moscou armou o exército chinês na sua quase totalidade. Contudo, mais tarde a cooperação foi interrompida devido ao arrefecimento geral das relações sino-soviéticas, mas foi restabelecida nos anos 80. Nessa altura a China voltou a receber da URSS o material mais moderno da altura. Mais tarde surgiram os problemas decorrentes do desmembramento da União Soviética e da queda de todo o bloco soviético. No entanto, mesmo nesses tempos difíceis para a indústria de defesa russa, os especialistas russos não romperam os contatos que tinham com seus colegas chineses. Os resultados desses contatos são visíveis em muitos sistemas de armamento modernos chineses.

Mas agora, segundo tudo indica, a cooperação técnico-militar entre os dois países deverá entrar numa nova fase do seu desenvolvimento. Existe mesmo uma opinião, segundo a qual faz sentido Moscou e Pequim se deveriam unir num mesmo bloco militar. Porém, o editor principal da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional) Igor Korotchenko é mais moderado na sua análise:

“Nós temos uma coincidência de interesses numa quantidade enorme de questões. Mas é evidente que não haverá uma união militar, apesar de existir a possibilidade de trabalharmos em conjunto para a realização dos interesses próprios dos dois países. A aproximação entre a Rússia e a China é hoje inevitável perante o reforço da política anti-russa do Ocidente.

O interesse da Rússia em virar o vetor da política de defesa nacional em direção à Região da Ásia-Pacífico se baseia numa proteção conjunta contra as ameaças. Tanto mais que uma das ameaças tanto para a Rússia, como para a China, é a defesa antimísseis dos EUA.

Se a Rússia irá criar, seja qual for o desenvolvimento dos acontecimentos, um potencial para contrariar essa DAM, já a China possui forças nucleares estratégicas relativamente reduzidas. Por isso o aparecimento do segmento asiático da DAM norte-americana poderá ter consequências fatais para a China. Nessa situação, uma cooperação com a Rússia será mais que justificável.

É possível que a China seja o primeiro cliente estreante de dois programas de defesa extraordinários que a Rússia está concretizando: os caças Su-35 e o sistema antiaéreo S-400. A China já pede há muito tempo que esse sistema de armas lhe seja vendido. Penso que na atual situação geopolítica essa encomenda tem grandes hipóteses de se concretizar. Na condição de serem protegidos os direitos de propriedade intelectual dos desenvolvedores russos, evidentemente”.

O problema da propriedade intelectual no contexto da cooperação técnico-militar é realmente atual, apesar de ambos os países terem estabelecido um acordo de proteção de direitos autorais em 2008. Os exportadores russos de armamentos também estão preocupados com a concorrência de Pequim nos mercados de terceiros países: os fabricantes chineses têm mais possibilidades de fazer dumping dos preços do que os fabricantes russos. Porém, se formos realistas, isso faz completamente parte do modelo das modernas relações de mercado: há quem seja atraído pelo preço e há quem prefira a eficácia em combate. Esse tipo de abordagem reduz a importância do problema.

Quando as normas jurídicas internacionais se diluem, e os padrões jurídicos deixam de ser geralmente aceites, a força militar se torna em argumento de peso. Isso é evidente tanto para Pequim, como para Moscou. Num contexto de agravamento das contradições entre os diversos centros de força, a China e a Rússia estão simplesmente condenadas a alargar e aprofundar sua cooperação na área técnico-militar. É precisamente esse sentido nos contatos bilaterais que pode garantir a segurança da união comercial e industrial entre essas duas grandes potências.

Voz da Rússia

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