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domingo, 26 de janeiro de 2014

“Boomerang” sírio: o Ocidente à espera de homens-bomba

Os islamistas radicais da Síria estão treinando homens-bomba para atentados nos EUA e na Europa. Esta notícia assustou os americanos e europeus, os mesmos que fecharam os olhos ao apoio que suas autoridades prestaram e prestam à oposição intransigente da Síria. Agora esta política pode atingir fortemente as pessoas comuns que se encontram afastadas milhões de quilômetros da zona do conflito armado.

Representantes dos serviços especiais ocidentais se deslocaram recentemente, em segredo, a Damasco para discutir com os dirigentes sírios questões de segurança em face das informações sobre a presença em território sírio de campos de treino de terroristas. Não obstante negarem o direito de Bashar Assad de governar o país, Washington e Bruxelas decidiram consultar os responsáveis sírios. Poucos dias depois, esta ameaça foi divulgada por um desertor do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, organização associada à Al-Qaeda. Em seu dizer, instrutores experientes ensinam terroristas munidos com passaportes dos EUA, Reino Unido e França a fazerem cinturões de explosivos, a colocar minas em carros, a formar núcleos terroristas e os mandam de volta para os seus países.

Nas fileiras da oposição radical síria combatem mais de 700 cidadãos da França e 500 do Reino Unido, principalmente pessoas de origem árabe e africana. O ministro francês do Interior, Manuel Valls, afirmou, comovido, que “os combatentes da jihad” que possuem cidadanias europeias constituíam “a mais grave ameaça em termos de segurança”. De resto, o ministro silenciou o fato do aparecimento daqueles combatentes ter sido propiciado pelos estrategas ocidentais que, falando em paz, patrocinam os adversários irreconciliáveis do governo legítimo da Síria. Para Dmitri Danilov, investigador do Instituto de Estudos Europeus, não é nada de estranhar que do país mergulhado em uma guerra civil emane uma ameaça para o mundo exterior:

“Quando os acontecimentos políticos internacionais evoluem à semelhança do que observamos na “Genebra 2” – onde se assiste a um confronto de posições opostas – o risco de atentados terroristas aumenta. Que muitos combatentes da oposição síria são originários da Europa e da América, é um fato conhecido de todos. Eles podem ser utilizados como sérios elementos desestabilizadores. Os métodos de neutralização de tal ameaça são conhecidos e testados mas as suas proporções podem aumentar, sendo perfeitamente provável que se torne muito difícil combatê-la.”

Ainda segundo o referido desertor, seus ex-companheiros de luta, possuindo nacionalidade norte-americana ou europeia, experimentam um ódio figadal aos valores ocidentais e sonham, quando volatrem aos seus países, causar o maior dano possível. Mais: já escolheram alvos de ataque. Os líderes dos radicais procuram os utilizar o menos possível em operações contra as tropas governamentais da Síria para os conservar intactos para sua “missão principal”. Richard Walton, diretor do departamento de combate ao terrorismo do Scotland Yard, diz sem rodeios que seu serviço possui informações sobre islamitas britânicos que planejam perpetrar atentados terroristas após retornarem ao Reino Unido. Há dias, o serviço de contra-espionagem britânico interceptou dois potenciais recrutas que iam a caminho da Síria. Estes foram acusados de preparação de atentados terroristas.

A historiadora Tatiana Parkhalina vê a evolução dos acontecimentos com bastante apreensão:

“É absolutamente claro que a Europa deve unir esforços com a Rússia no combate ao terrorismo. Até que ponto estão prontos para isso? Para já, é difícil dizer. É de esperar que tenham bom-senso para compreender que estamos perante uma ameaça comum, que é necessário congregar esforços para neutralizá-la. Pois, em certo sentido, o ponto de não-retorno está ultrapassado.”

Na Síria combatem dezenas de milhares de mercenários estrangeiros. Suas crescentes ambições, seu ódio aos representantes do outro código civilizacional e sua sede de sangue são uma mina com efeito retardador que ameaça regiões exteriores à zona do conflito sírio. Assim, sua cessação através dos esforços conjuntos de todas as nações que possuam algum sentido de responsabilidade está ganhando importância crítica. Caso contrário, este tumor maligno continuará crescendo. Entretanto, a ONU, influenciada por várias potencias ocidentais, retirou o convite ao Irã para participar da conferência sobre o processo de paz na Síria “Genebra 2”. Ao retirar deste processo um interveniente regional chave, os autores dessa decisão vêm pôr em causa todas as anteriores iniciativas de paz.

Voz da Rússia

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