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sábado, 12 de janeiro de 2013

O Irã e as possibilidades da AIEA examinar a base militar de Parchin

Do Irã chegam comunicados contraditórias sobre a possibilidade de abrir a base militar de Parchin à visitação de inspetores da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA). Nesta base, alegadamente, teriam sido testados detonadores a neutrões para explosivos nucleares.

Tal teria acontecido alguns dias antes da visita de representantes da Agência ao país, que esperam assinar com o Irã um acordo sobre inspeções alargadas. A chegada de inspetores ao Irã é marcada para 16 de janeiro.

Nas palavras do porta-voz do MRE do Irã, Ramin Mehmanparast, inspetores da AIEA podem obter acesso a Parchin, mas na condição de a Agência reconhecer o direito de Teerã a um pleno ciclo nuclear com fins pacíficos. Uma posição contrária foi expressa pelo chefe da organização de energia atômica iraniana, Fereidoun Abbasi, que fez lembrar que Parchin é uma base militar e não um objeto nuclear declarado. Em conformidade com o Tratado da Não-Proliferação de Armas Nucleares, o Irã não é obrigado abri-la e não irá fazê-lo. Se, contudo, a AIEA tiver dados sobre elaborações nucleares proibidas efetuadas em Parchin, deverá apresentar estes materiais a Teerã para conhecimento, insiste o dirigente do departamento.

Teerã abrirá Parchin só em troca de passos ao encontro por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, considera um perito russo, Serguei Serioguitchev:

"É pouco provável que o Irã, sem obter sérias concessões na área das sanções, conceda o acesso a inspetores. Poderá limitar a visita com as condições que aS tornam insensata. Digamos, permitirá a entrada de inspetores apenas no centro de imprensa deste objeto ou proibirá utilizar equipamentos para colher provas de solo e de águas subterrâneas, sem as quais é impossível definir se Parchin tenha sido utilizado com fins militares".

Mas, nos próximos tempos, os Estados Unidos não concordarão com uma atenuação de sanções. É pouco provável também que o Irã obtenha a autorização da AIEA de efetuar o ciclo nuclear completo. O direito internacional não proíbe desenvolver o setor da energia atômica, mas trata-se de um caso especial, diz Ajdar Kurtov, perito do Instituto de Pesquisas Estratégicas da Rússia:

"Entre o ciclo nuclear completo e as tentativas de elaborar armas atômicas num curto prazo decorre pouco tempo. Por isso os Estados Unidos tentam, não por uma via muito jurídica, proibir o desenvolvimento da energia nuclear pacífica, embora, formalmente, falem da vontade do Irã de obter armas atômicas".

Desde o ponto de vista tecnológico, o ciclo completo significa que o Irã receberá todos os componentes para a produção de armas nucleares. Será que de fato o país pretende fabricar uma bomba atômica? Se não for assim, Teerã não conseguiu até hoje convencer disso a AIEA. Ao mesmo tempo, a bomba pode proteger o Irã contra o cenário iraquiano ou líbio. O ex-líder da Líbia, Muammar Kadhafi, que havia renunciado às armas nucleares, foi morto. A Coreia do Norte, por seu lado, não é atacada por ninguém.

Na situação em que a AIEA não está disposta a reconhecer o direito de Teerã a um ciclo nuclear completo e o Ocidente não pretende atenuar sanções, não se deve esperar avanços em torno de Parchin, no mínimo, nos próximos seis meses.

Entretanto, nos Estados Unidos são nomeadas novas personalidades para os cargos de chefe do Pentágono e de secretário de Estado. Os dois políticos – Chuck Hagel e John Kerry – são conhecidos pela simpatia em relação ao Irã. Neste contexto, o jornal Asia Times faz uma conclusão de que o ano de 2013 dará uma boa oportunidade para diminuir a tensão em torno do programa nuclear iraniano. Esta opinião coincide com expectativas de muitos dirigentes do Irã.

Naval Brasil

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