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domingo, 13 de janeiro de 2013

Entenda o conflito em Mali

Mulheres protestam contra crise no Mali

Todos os dias ouvimos pedidos para uma intervenção militar na Síria, onde a Guerra Civil já matou cerca de 60 mil pessoas. Mas poucos falavam em enviar tropas para Mali, no meio da África, onde o cenário é tão repugnante quanto o da Síria, com o norte do território nas mãos de milicianos ligados à rede terrorista Al Qaeda desde o início do ano passado.

Para entender o contexto no Mali, que diferentemente da Síria raramente recebe cobertura internacional, em março de 2012, um golpe militar derrubou um governo democraticamente eleito em Bamako. Diante de um vácuo de poder, estes grupos radicais islâmicos ligados à Al Qaeda assumiram o poder no norte do país. Estas organizações, que utilizam algumas armas fornecidas por rebeles líbios, implementaram uma versão radical da sharia, com pessoas sendo apedrejadas, mutiladas e mortas.

Diante do temor de o norte do Mali se transformar um novo oásis para a Al Qaeda, como o Afeganistão nos tempos do Taleban, a comunidade internacional decidiu se mobilizar para tentar conter os grupos radicais islâmicos. Nenhuma nação ocidental, porém, estava disposta a enviar tropas e tampouco a realizar uma intervenção nos moldes da realizada na Líbia, através de bombardeios aéreos.

A saída, depois de meses de negociações no Conselho de Segurança, foi organizar uma missão de 3.300 soldados da Comunidade Econômica do Oeste Africano (ECOWAS, na sigla em inglês). Mas estes militares começariam a lutar ao lado das tropas de Mali apenas no fim deste ano. Obviamente, o prazo se mostrou longo e os rebeldes islâmicos conseguiram avançar e agora estão próximos de tomar a importante cidade de Konna, ampliando ainda mais o controle do território nas mãos destes grupos ligados à Al Qaeda.

Na noite de ontem, o Conselho de Segurança se reuniu em caráter emergencial em Nova York demonstrando enorme preocupação com a deterioração do cenário no país africano. Diferentemente da Síria, onde há uma divisão entre os membros do órgão, com a Rússia e a China a favor do regime secular apoiado por minorias alauíta, cristãs e druza a Bashar al Assad e os EUA e os europeus apoiando a oposição de viés sunita, a questão de Mali não provoca divergências.
Hoje, sem ninguém impor obstáculos, os franceses decidiram enviar tropas para lutar ao lado das forças do governo contra os rebeldes ligados à Al Qaeda na região ao redor de Konna. É difícil fazer uma previsão do que pode ocorrer. A França ainda é um dos países que mais bem conhece Mali, por ter sido uma colônia francesa. Mais grave, tampouco há informações aprofundadas sobre a situação da população civil.

E enquanto isso o conflito se agrava...

Confrontos no Mali deixam mais de 100 mortos, diz agência

Segundo Reuters, número é de autoridade do exército local.
Tropas aéreas francesas combatem rebeldes islâmicos no país africano.
Ataques aéreos franceses e combates na cidade de Konna deixaram mais de 100 mortos no Mali neste sábado (12), informa a Reuters. A agência cita como fonte militares e testemunhas ouvidas no país africano. Dentre os mortos, estariam tanto rebeldes como soldados do governo. Na véspera, o presidente François Hollande confirmou a entrada da França em combate para apoiar o Exército do Mali contra grupos armados islâmicos do norte.

De acordo com a Reuters, uma autoridade do Exército no quartel da antiga junta militar do Mali em Bamako disse que "mais de 100" rebeldes foram mortos neste sábado. Já um comerciante em Konna ouvido pela reportagem afirma ter contado 148 corpos, dentre os quais haveria dezenas de soldados do governo.

"Nós o expulsamos. Estamos efetivamente em Konna", declarou à Reuters o porta-voz do Ministério da Defesa do Mali, coronel Diaran Kone. "Não sabemos se eles plantaram minas ou outras armadilhas, então estamos nos locomovendo com cautela. Houve muitas mortes em ambos os lados."

Também neste sábado, o presidente francês, François Hollande, anunciou reforço das medidas antiterroristas na França, informa a AFP. Segundo a agência, Hollande afirmou em discurso que a França "deve adotar todas as precauções necessárias aqui" diante da ameaça terrorista, com "vigilância aos prédios públicos e a nossa infraestrutura de transportes".
g1.globo.com

UNDHN

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