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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Chefe de Operações Navais da US Navy é recebido pela Marinha do Brasil

O Chief of Naval Operations (CNO) dos Estados Unidos, Almirante Jonathan W.Greenert, visitou o Brasil pela primeira vez nesta semana. O CNO, um almirante de quatro estrelas, normalmente é o oficial da ativa mais graduado da marinha americana (equivalente no Brasil ao posto de Comandante da Marinha). Submarinista, o Almirante Greenert serviu a bordo de seis diferentes submarinos americanos de propulsão nuclear (SNAs e lançadores de mísseis balísticos) o mais recente tendo sido o USS Honolulu (SSN-718), que ele comandou.
A agenda da quarta-feira, dia 16 de janeiro, na cidade do Rio de Janeiro se iniciou com uma visita pela manhã ao site da obra da futura base e do estaleiro de submarinos ambos localizados em Itaguaí. À tarde ele assistiu a uma abrangente exibição das capacidades de desembarque anfíbio dos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.

Nesta visita foram assinadas dois memorandos de entendimento que dispões sobre o intercâmbio de pessoal entre as duas marinhas e também um outro sobre os procedimentos comuns com respeito a tratamento dos respectivos Oficiais de Ligação e Oficiais de Intercâmbio. Segundo o almirante Greenert, “as discussões bilaterais desta vez tocaram em uma variedade de temas, incluindo Operações de Submarinos, Operações Anfíbias, Operações de Aviação Tática (asa fixa) e de Controle Marítimo. Ele comentou ainda que este foi o terceiro encontro dele com o Almirante Moura Neto. Respondendo a uma pergunta da imprensa especializada, Greenert comentou que, para ele, a Marinha do Brasil ocupa uma posição de importância “bem no topo” na questão da segurança no Atlântico Sul, e que o Brasil, e a Marinha do Brasil por consequência, “é o líder naval nesta área”.
O CNO contou que “ainda não se podia sentir os efeitos dos cortes previstos para entrar em vigor no orçamento das Forças Armadas americanas” caso a classe política local não consiga chegar a um acordo nas próximas semanas. Para Greenert “com ou sem cortes, a US Navy vai ter que equilibrar o emprego dos navios atuais e/ou navios novos posicionados nos diversos oceanos ao redor do mundo para garantir que a sua missão continue a ser cumprida. Mais do que apenas navios, a questão mais importante é ter o número certo de tripulantes na marinha e que eles sejam bem treinados e bem remunerados”. Ele concluiu dizendo que: “pretende ter a melhor marinha que o dinheiro (no caso, o seu orçamento) lhe permita comprar. Uma que atenda à relevância específica dos EUA e da sua estratégia internacional”. Perguntado se ele e o almirante Moura Neto conversaram sobre a transferência de navios americanos de segunda mão para a Marinha do Brasil, o CNO mencionou que: “a deliberação do destino de navios excedentes passa necessariamente pelo interesse de marinhas amigas por eles. Mas ele enfatizou, ainda, que isso fica forçosamente dependente do cronograma de retirada de serviço dos meios navais americanos”.

Neste último comentário, o almirante americano acabou involuntariamente chamando a atenção para um persistente rumor que vem circulando entre a imprensa especializada nacional. Segundo este rumor a Marinha do Brasil a despeito de seus ambiciosos planos de construção estaria ao mesmo tempo interessada em adquirir um ou dois navios americanos da classe Whidbey Island usados. Estes navios desembarque-doca (NDD) sriam usados para substituir os antigos NDD Ceará e o NDD Rio de Janeiro.
Um artigo da Jane´s britânica, datado de 24 de outubro de 2011, listou três destes navios (o USS Whidbey Island /LSD 41, o USS Fort McHenry/LSD 43 e o USS Tortuga/LSD 46) como sendo os alvos imediatos do programa de corte do número de meios navais da US Navy. A US Navy havia agendados a retirada de serviço dos três navios ainda no ano fiscal de 2013, a despeito de eles terem entrado em serviço bem recentemente, entre 1985 e 1990. No entanto, no final de 2012, o Congresso americano teria decidido não apoiar o seu plano de aposentadoria neste ano, alocando fundos extras para o uso pela US Navy. Se não forem retirados de serviço, não há como negociar a sua transferência para a Marinha do Brasil. Mas, neste momento, isso são apenas conjecturas a espera de alguma confirmação futura.

ALIDE perguntou ao Almirante Greenert de que maneira a US Navy via o programa de desenvolvimento e construção de submarinos de ataque de propulsão nuclear da Marinha do Brasil, uma vez que em evento recente na Embaixada Americana em Brasília um grupo de membros de “think tanks” e universidades americanos não esconderam dos seus interlocutores brasileiros de forma alguma seu desconforto com a decisão da MB de seguir adiante com este desenvolvimento. Curiosamente, Greenert, a despeito de sua experiência profissional e de ter no currículo o curso de estudos em energia nuclear para oficiais submarinistas, optou por referir-se a si mesmo como um “não-especialista” nesta área. Ele comentou sobre sua visita à obra de Itaguaí, qualificando o esforço brasileiro positivamente. Ele empregou palavras como “impressionante ” e inovador”, destacando o “profissionalismo” e o “ritmo de andamento” deste programa. Ele disse também que “dentro das suas limitações, a Marinha Americana trabalharia conjuntamente com a do Brasil nesta área”.

A resposta mais completa a esta pergunta, no entanto, acabou vindo do próprio comandante da Marinha do Brasil, almirante Moura Neto. “Programas com o do nossos submarino de propulsão nuclear geram naturalmente tanto vozes favoráveis, quanto outras em contrário. Existem pessoas pró e outras contra. O objetivo da visita do almirante Greenert ao site de Itaguaí visa mostrar o estágio de andamento deste que é um programa real e que caminha firmemente adiante. Existe o apoio do governo brasileiro, a despeito das grandes dificuldades que estão ainda adiante.

No mundo, apenas cinco países tem esta tecnologia de propulsão: EUA, Rússia, Reino Unido França e China. Um sexto país é a Índia, que, ao exemplo do Brasil, se encontra em processo de desenvolvimento de sua própria tecnologia nesta área. Entrarmos para este seleto grupo de nações, com tecnologia nacional será uma grande vitória da tecnologia brasileira. Este é um grande esforço da Marinha do Brasil que trabalha junto com nossos parceiros para que eles possam nos transferir aquelas tecnologias e conhecimentos que não sejam necessariamente aquelas marcadas como “segredo de estado”.
Ao ser inquirido sobre sua visão sobre os prós e contras da ativação da quarta Esquadra americana, o almirante Greenert salientou que este ano marcou o quinto aniversário da “Fourth Fleet” e que, neste período, ela tem se dedicado unicamente a servir de vetor para a cooperação operacional da US Navy com as marinhas do continente, sempre com a preocupação de respeitar as soberanias individuais dos diversos países parceiros. A ênfase aqui nesta parte do mundo está focada nas operações humanitárias, logísticas e contra narcóticos. Outra área importante desta atuação é a de “consciência do ambiente marítimo, ou ‘Maritime Domain Awareness (MDA)’. Inclusive estamos neste momento em negociação para interligar os sistemas de controle de tráfego civil dos dois países, pois nenhuma marinha pode cuidar de todos os mares ao redor do mundo sozinha. Esta cooperação visa fazer do Atlântico Sul um oceano ainda mais pacífico e seguro.

Outra resposta discreta porém “interessante” de Greenert foi uma onde ele comentou que as duas marinhas estavam cooperando amplamente, citando em seguida o Golfo Pérsico (operações “anti-minas”), e do Golfo de Oman (de “anti-pirataria”). Curiosamente, nenhuma destas duas regiões e hipotéticas atividades executadas ali podem ser imediatamente ligados à Marinha do Brasil. Pelo menos não pela imprensa do no nosso país.

Defesa Aérea & Naval perguntou ao Almirante Greenert se existe algum estudo para a US Navy enviar seus navios para deployments no Atlântico Sul, a fim de operar em exercícios da Marinha do Brasil. O almirante americano comentou que isso dependeria do desejo de ambos os governos e também da disponibilidade de meios para sua realização e citou o exercício UNITAS como exemplo de operação conjunta. Por sua vez o Almirante Moura Neto agregou que ao Brasil interessa sempre o intercambio nas áreas de planejamento e de operações, sendo algo muito crítico o compartilhamento de informação entre as marinhas durante estes exercícios.

Defesa Aérea Naval

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