Os acontecimentos ocorridos no Mali têm provocado poucos comentários na mídia internacional. Assim foi no caso do Afeganistão e do movimento Talibã que acabou por decretar ali as suas normas e regras de conduta.
Após os atentados terroristas do 11 de setembro de 2001, o mundo tem conhecimento da existência da Al-Qaeda enquanto que a OTAN envia ao Afeganistão o seu contingente militar. O cenário que se cria à volta do Mali parece praticamente congruente ao afegão. Depois, ocorreu a "primavera árabe" à qual se seguiu a operação da Aliança visando o derrubamento do regime de Muammar Kadhafi. Passado algum tempo, uma autêntica corrente de milhares de insurretos líbios, feitos desempregados nas suas beiras, terão abandonado o Norte da África e penetrarão no interior do continente, formando uma fila enorme com os terroristas de todos os matizes, procedentes do Médio Oriente.
Os tuaregues consideram como a sua terra natal a parte nordeste do Mali, a zona sudeste da Argélia, a região noroeste do Niger, o norte do Burquina Fasso e o sudoeste da Líbia. Os tuaregues guerreiros tinham optado por Kadhafi e se consideram bons mercenários. Após a derrota do líder líbio, milhares de tuaregues, privados de seu habitual emprego, regressaram à pátria. Após o golpe militar que se deu no Mali, eles vieram ocupar o nordeste daquele país, tendo proclamado a independência da região Azawad. Mas, travando combates contra os islamistas radicais, ou seja, seus aliados recentes, acabaram por ser derrotados.
Está claro não haver alternativa para a ingerência externa, constata o embaixador da Federação da Rússia na República do Mali, Alexei Dumian.
"Não se pode desatar um nó de contradições existentes, assistindo-se a uma dissonância de opiniões completa. O Presidente, ao usar da palavra nas celebrações do 1º aniversário da Independência, apontara a necessidade de diálogo político. Ao cabo de alguns dias, o primeiro-ministro maliano vem apostando na solução militar face ao fracasso do processo negocial."
Foi neste ambiente que o Mali e os países vizinhos apelaram à ONU para que lhes seja autorizado formar um contingente militar internacional composto de 3,5 mil pessoas. A França e os EUA se comprometem a ajudar a cumprir a tarefa por meio da assessoria militar. No entanto, causou grande surpresa a recente declaração formulada pelo Movimento Nacional pela Libertação de Azawad que se prontifica a lutar contra os terroristas. Em entrevista exclusiva à Voz da Rússia, Moussa Ag Acharatoumane, salientou:
"Acreditamos que o nosso movimento possa aderir ao contingente militar para, através dos esforços conjuntos, iniciar a luta contra fundamentalistas jihadistas no norte do país. Sem o nosso empenho, as operações militares serão, sem dúvida, um grande desastre para os tuaregues e outros grupos étnicos locais. Pensamos, contudo, não ser possível resolver todos os problemas pela força de armas. Na seqüência disso, a guerra irá afetar os demais Estados da região. O movimento, sendo um dos protagonistas do atual litígio, se propõe a entrar em combate contra as forças terroristas entrincheiradas no norte do Mali. Por outro lado, se a comunidade mundial não prestar a devida atenção às nossas iniciativas de paz, associando-nos aos extremistas ordinários, sofrerão disso, antes de mais, os tuaregues."
Resumindo se pode supor que no caso de o Ocidente, apoiado ou não por tuaregues, iniciar operações militares, defrontar-se-á com a guerra de guerrilha na qual, como se sabe, não se pode vencer. Por isso, será também impossível evitar o conflito que se avizinha.
Voz da Rússia
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