O negócio, de US$ 6 bilhões, é uma ação inicial. O programa é de longo prazo, e contempla contratos futuros envolvendo cerca de 120 aeronaves, com produção local a partir de um determinado ponto do processo.
A seleção tem um codinome, é a F-X2, e acumula 17 anos de atraso por causa de seguidos cancelamentos, reinícios e adiamentos. Nesta sexta-feira, no Rio, o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que a presidente Dilma Rousseff mantém a disposição de tomar a decisão até o fim do ano. No dia 31 de dezembro expira o prazo de congelamento das ofertas das corporações finalistas. A manutenção dos termos das ofertas foi feita a pedido do governo.
A Boeing e a Saab destacaram nesta sexta-feira que as suas negociações incluem os radares da classe AESA desde o inicio da F-X2. De acordo com o diretor sueco Bengt Janer, “os nossos estudos já estão em um patamar elevado: trabalhamos com a Selex Galileo, no Brasil, nesse viés do programa”.
Janer disse que “não há qualquer risco da tecnologia do equipamento não ser transferida integralmente para a indústria local: 100% do conhecimento desse radar é de domínio da Suécia”.
Donna Hrinak, presidente da Boeing do Brasil e ex-embaixadora dos EUA em Brasília, considera a aquisição dos caças “um negócio entre os Estados brasileiro e americano, executado entre os governos”.
Essa condição, destaca, “implica um apoio total, já revelado, do governo dos Estados Unidos à venda e à transferência de tecnologias – incluindo as do radar AESA, aprovada antecipadamente pelo Congresso, pelo Departamento de Estado e diretamente pelo presidente Barack Obama”. Segundo Donna, “não há necessidade de qualquer aprovação adicional”.
Em nota, a empresa informou que “tem a reputação inigualável de cumprir suas promessas, fornecendo transferência de tecnologia por meio de participações industriais em 40 países, avaliadas em mais de US$ 42 bilhões”.
Na França, a agência de armamento, a DGA, anunciou a entrega dos primeiros Rafale – rebatizados Rafale C137 – dotados dos radares RBE2 AESA, da Thales, e integrados nas fábricas de Merignac, da Dassault.
Segundo a DGA, o dispositivo soma grande melhora operacional. É compatível com a nova geração de mísseis, como o Meteor, com alcance além do horizonte e a raio de ação de 110 km. Em operação, teria demonstrado redução de custos e da exigência de ciclo curtos de manutenção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Para jornal francês, Rafale com RBE2 AESA é motivo de temor para os EUA
Matéria do ‘La Tribune’ afirma também que novo radar é ‘a arma mortal do Rafale para exportação’
Em reportagem com o título “Le radar RBE2, l’arme fatale du Rafale à l’export”, publicada em 2 de outubro, o jornal francês “La Tribune” analisa as implicações da entrega à Direção Geral de Armamento francesa (DGA) do primeiro exemplar de produção do Rafale equipado com o novo radar RBE2 AESA (varredura eletrônica ativa), realizada no mesmo dia. Para o jornal, o radar vai ampliar as chances de exportação do caça francês fabricado pela Dassault Aviation.
O caça, cuja entrega foi anunciada pela Dassault e pela Thales (empresa responsável pelo radar) é destacado como o primeiro caça europeu com esse tipo de radar. O RBE2 AESA aumentará enormemente o desempenho operacional do caça francês, que já compete com os melhores do mundo, incluindo os norte-americanos.
É esse ponto que a reportagem explora, enquanto trata das vantagens do radar (maior alcance, capacidade de acompanhar quarenta alvos simultaneamente e atacar oito, exploração plena das capacidades do míssil Meteor e menores custos de manutenção): o Rafale “já é temido pelos Estados Unidos” (Le Rafale est déjà craint par les Etats-Unis). A matéria dá a entender que esse “temor” tende a crescer juntamente com o potencial de exportação do caça.
Sobre essa competitividade, o jornal destaca que em exercícios do curso de liderança tática (ATLC) realizado nos Emirados Árabes Unidos em 2009, a versão do Rafale ainda sem o radar AESA se destacou, segundo o jornal, em combates simulados com o F-22 Raptor dos Estados Unidos, referência entre os novos aviões de combate.
O La Tribune afirma que foram realizados seis combates com o F-22, e o Rafale foi “derrubado” em apenas um deles, com os outros cinco tendo resultado nulo. E agora o Rafale passa a contar com o que de melhor há na Europa na tecnologia AESA, o que inclui a Rússia, “que ainda não desenvolveu esse radar”.
Para o jornal, o RBE2 AESA certamente vai trazer mais exportações ao Rafale. Nesse mercado, a Dassault está em negociações exclusivas com a Índia (126 caças), esperando-se que sejam concluídas antes do final de março de 2013. A empresa também está negociando com os Emirados Árabes Unidos, (60 unidades), “tem boas chances de vender o Rafale ao Brasil” (36 aeronaves), ao Qatar (12 a 36 caças) e, em menor grau, para a Malásia.
Poder Aéreo
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