Baltasar Garzón: as acusações secretas dos EUA deixam Assange absolutamente indefeso - Noticia Final

Ultimas Notícias

Post Top Ad

Responsive Ads Here

Post Top Ad

domingo, 5 de agosto de 2012

Baltasar Garzón: as acusações secretas dos EUA deixam Assange absolutamente indefeso

Todo o poder contra Assange

4 de agosto de 2012 – Além disso, o ex-juiz disse que se a Suécia deixasse o criador de WikiLeaks falar na Embaixada do Equador, nenhum tribunal continuaria insistindo com sua extradição.

O ex-magistrado espanhol Baltasar Garzón, que encabeça o grupo legal encarregado de defender o fundador de WikiLeaks, Julian Assange, disse nesta sexta-feira que, enquanto os EUA não tornem públicas as acusações contra ele, será muito difícil que o jornalista australiano possa se defender. “O grande júri, ao que parece constituído no estado da Virgínia, é que estaria conduzindo essa investigação em segredo”, apontou o ex-juiz, ao assegurar que não lhes foi fornecida qualquer informação a respeito, pelo que considerou que estão “absolutamente indefesos”.

“Parece que as acusações podem ser de espionagem, inclusive de traição e colaboração com o inimigo, ou seja, acusações não somente fora de contexto mas também insustentáveis em um estado de direito e com direito a ter uma defesa, ainda mais quando se trata de questões que afetem a liberdade de expressão e de informação” disse o ex-juiz encarregado da defesa de Assange.

Garzón, que se reuniu hoje com correspondentes estrangeiros em Quito, também fez referência à informação de que o Ministério Público sueco rechaçou tomar o depoimento de Assange na Embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado desde junho, já que se se deixasse o jornalista falar por depoimento em Londres, “nenhum tribunal sueco continuaria insistindo em solicitar sua extradição”.

O ex-magistrado espanhol esteve acompanhado na coletiva de imprensa por Christine Assange, mãe do fundador de WikiLeaks, que é reclamado pela justiça sueca como presumível autor de delitos sexuais. Garzón disse que é uma prática comum tomar depoimentos de uma pessoa em alguma embaixada, mas insistiu que se imagina que não o fazem “é por que não querem ouvir o que o Sr. Assange tem a dizer em sua defesa”. Garzón ressaltou ainda, que Assange não é, como afirmaram alguns senadores norte-americanos, “terrorista” nem “pirata”, mas sim difundiu informação “que contém elementos muito graves, que nos Estados Unidos ninguém se preocupou em investigar, mas somente com quem os publicou”.

Assange pediu asilo no Equador depois de perder no Reino Unido todos os recursos legais contra sua extradição para a Suécia. Ele foi detido em Londres em dezembro de 2010 sob uma ordem de prisão emitida pela Suécia, dias depois de WikiLeaks ter publicado milhares de telegramas diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos, que colocaram em evidência governos de todo o mundo. A defesa de Assange teme que ele possa ser extraditado da Suécia para os EUA, onde poderia enfrentar duras condenações e inclusive a pena de morte, temor que foi compartilhado por Christine Assange numa entrevista à RT.

Gílson Sampaio

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Top Ad